sexta-feira, 20 de abril de 2018

Estatístico

Se conhece algum estatístico, então deve saber:

  • NÃO existe essa coisa de “dar uma vista de olhos nos dados”;
  • Os seus dados podem NÃO evidenciar aquilo que procura a todo custo;
  • Exercícios de estatística e aulas de estatística NÃO são as únicas coisas que fazem os estatísticos;
  • O Instituto Nacional de Estatística NÃO é o único local de trabalho dum estatístico;
  • Estatística NÃO significa apenas fazer gráficos, tabelas e encontrar valores de p < 0.05;
  • NÃO, não existe um “software que faz tudo para um estatístico”;
  • Margem de erro e probabilidade de erro NÃO são a mesma coisa;
  • A probabilidade de um acontecimento NUNCA pode ser superior a 1 (um) nem NUNCA pode ser inferior a 0 (zero). Se tiver uma probabilidade fora deste intervalo o valor está errado, e pronto;
  • Sim, existe um aumento de 120% para muitas coisas, mas NUNCA existirá uma probabilidade de 120% para nada;
  • Um Estatístico é um Estatístico! NÃO é outra profissão qualquer.



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

a Luxúria

Luxúria: o desejo exacerbado e egoísta pelos prazeres carnais e materiais. o Pecado da luxúria está intimamente ligado aos pecados da gula, do orgulho e da avareza, uma vez que através destes há o desejo de se obter prazer.


No seu sentido original, luxúria significa ser dominado pelas paixões e os dados também podem ser uma paixão.
Vem-me à memória uma melodia do folclore nacional e apetece-me cantar:
Abre os dados, meu amor!
É aí que tudo se esconde, 
quando vem o investigador. 



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

a Inveja

A inveja (do latim invidia) é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. O invejoso ignora tudo o que possui, para cobiçar o que é do próximo.



 
Na investigação, os autores que publicam trabalhos com base em open data ainda são acusados de parasitismo. A recolha de dados requer tempo e recursos; que terceiros possam tirar proveito destes dados, se disponibilizados abertamente, ainda é motivo de crítica, mais ou menos velada. 
O invejoso tem receio do que os seus dados possam dar origem a possíveis proveitos financeiros ou pessoais para outros. Há sempre o risco de a nossa concorrência conseguir fazer mais com os dados que nós mesmos. Se não podemos controlar o que os outros vão fazer com os dados, é melhor escondê-los, mesmo que isso signifique que não terão qualquer tipo de uso. Para o invejoso, mais importante que tirar proveito dos seus dados é garantir que outros não beneficiarão deles.




segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

a Soberba

A soberba está associada ao orgulho excessivo, à arrogância e à vaidade. A Soberba consiste em se sentir superior a todos, tal como Lúcifer se sentiu mais alto que o próprio Deus.



A privacidade dos dados é um dos principais argumentos contra os open data. Existem também as questões da propriedade dos dados. No caso das instituições públicas, os guardas dos dados tendem a considerar-se donos desses dados. Além disso, os outros não saberão fazer um bom uso dos dados.
O arrogante não se coíbe em afirmar que as outras pessoas não conhecem nem compreendem os seus dados. A não disponibilização dos open data é também justificada pelo desdém que se tem por resultados que outros possam obter desses dados, isto sem mesmo se conhecerem os possíveis resultados.
A arrogância faz-nos pedir mais provas da necessidade dos open data. Se as coisas funcionavam sem open data para quê disponibilizá-los agora? A sua disponibilização apenas confundiria as pessoas.




quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

a Avareza

A avareza ou ganância é o apego excessivo e descontrolado aos bens materiais e ao dinheiro. O pecado da avareza conduz à idolatria, ou seja, tratar como se fosse Deus algo que não o é. É considerado o pecado mais idiota, por se suster em meras possibilidades.



O movimento do open data, instiga cientistas e investigadores a disponibilizar os dados dos seus próprios trabalhos. No entanto, não raras vezes, levantam-se questões de propriedade intelectual, crédito académico, ou medo dos resultados dos outros. Além disto, o avarento preocupa-se com os possíveis benefícios económicos que pode tirar dos dados que guarda, sem se questionar pelas necessidades dos outros. A ideia de que com os dados se pode obter um lucro monetário é ainda mais reprovável quando estes dados foram obtidos com dinheiros públicos. Seja pela possibilidade de vender os dados ou pela possibilidade de obter vantagens profissionais por ser o único a processar os dados e transformá-los em informação. 
A avareza traduz-se também numa excessiva preocupação com eventuais custos que possam estar associados à disponibilização de open data.



sábado, 27 de janeiro de 2018

a Ira


Conhecida também por cólera, a ira é o sentimento humano de raiva, ódio, rancor que pode ou não gerar um sentimento de vingança. É o forte desejo de causar mal a outrem e um dos grandes responsáveis pela maior parte dos conflitos humanos no transcorrer das gerações.



A ira floresce na ausência de paciência, serenidade e calma. A disponibilização de open data implica que os dados sejam acessíveis, processáveis e apresentados de forma clara. Se reclamarmos por dados haverá sempre alguém pronto a exclamar: "Mas porque raio vou eu perder tempo com isso !". Os dados a disponibilizar têm de ser acompanhados por meta dados que permitam uma utilização transparente dos primeiros. Criar estes meta dados é uma tarefa que exige muita paciência.




quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

a Preguiça

Do latim acedia ou pigritia, a preguiça é provavelmente um dos 7 pecados capitais aparentemente mais inócuos e geralmente menos recriminável. “O preguiçoso é caracterizado como alguém que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho, em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, que o leva a uma inatividade acentuada. 


As más-línguas poderiam dizer que estamos a descrever um típico funcionário público. A burocracia serve de desculpa ao preguiçoso que também costuma queixar-se da falta de meios e/ou falta de tempo. A culpa é do patrão que não deu indicações para tal, ou então duma entidade ainda superior que não deu as devidas autorizações, ou então há um qualquer problema legal. Quem não quer fazer pode sempre dizer que não sabe. Não sabe o que são dados abertos; ou para que podem servir esses dados; ou que dados devem ser disponibilizados; ou como devem disponibilizados. As prioridades geralmente são sempre outras e hoje nunca é uma boa altura, além disso quem quer saber de open data?

A disponibilização de Open data requer que estes sejam acompanhados com os respectivos meta-dados, bem como a existência de meios apropriados para a sua divulgação. Nos dias de hoje, cada vez é mais fácil ter acesso a estes meios mas a preguiça ainda é um obstáculo difícil de ultrapassar.



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

a Gula

Na tradição cristã a Gula é considerado um dos 7 pecados capitais. Este pecado está relacionado com o egoísmo humano: querer ter sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça.

A ânsia com que algumas entidades públicas investem na recolha de dados dos seus utentes raramente é acompanhada com uma preocupação de disponibilizar estes dados na forma de open data.

Esta gula por novos dados é não só uma causa mas uma justificação para a não disponibilização de open data. Quantos dados são suficientes para que sejam disponibilizados abertamente? O guloso nunca tem o suficiente para que possa partilhar.